A viagem decorreu soberba. Um tempo magnífico, um mar
espelhado, sem uma ruga, como só o Algarve sabe apresentar-nos, quando o
Levante ou o Sudoeste lhe não fazem partidas. Encantado, o diplomata inglês
despediu-se cordialmente dos seus novos amigos portugueses, e desembarcou em
Lagos. Estava cumprida a delicada missão, realizada com a compostura e
elegância que a gente de Marinha sabe imprimir a tais funções de carácter diplomático.
Em seguida a canhoneira seguiu para Faro, mas quando
passava ao largo da praia do Alvor, cerca das sete horas da tarde, abalroou com
o vapor Josefina, da praça de Lagos, que havia saído de Portimão tempo antes. A
canhoneira flutuou apenas dez minutos, depois do forte rombo que sofreu na
amura de bombordo como consequência da colisão. Só houve tempo para arriar as
duas baleeiras de bordo, onde parte da tripulação chegou a terra, pois
infelizmente oito homens não o conseguiram fazer, entre eles o seu comandante
Henrique Matzer, o imediato, um maquinista e o primeiro contra-mestre.